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A ascendência deste vinho é improvável e peculiar, assim como a trajetória de seu criador, o caiçara de Caraguatatuba André Manz. Enquanto ainda jovem, André se formou em educação física e iniciou sua carreira de goleiro no Esporte Clube Taubaté. Logo fez algum sucesso como profissional, jogou o campeonato cearense e, na década de 1980, almejando um destaque ainda maior nos campos, aceitou um convite para jogar em Portugal. No entanto, logo em seu primeiro ano pelas terras lusitanas acabou quebrando o pulso em um acidente. Foi então que o jovem goleiro precisou abdicar de seus planos futebolísticos e, como uma saída para manter sua renda, decidiu empreender no ramo da ginástica aeróbica coreografada nas academias europeias. Seu negócio acabou dando muito certo e, anos mais tarde, já sendo reconhecido como um empresário de sucesso, adquiriu uma propriedade na freguesia de Cheleiros, na região de Lisboa.
É importante ressaltar nesta história que a freguesia de Cheleiros teve um passado de glórias no mundo vitivinícola, porém em épocas mais recentes a cultura do vinho não estava mais tão viva por lá. O motivo por trás dessa circunstância é o modus operandi do mundo moderno, no qual boa parte da população de Cheleiros não quis mais seguir o caminho das gerações passadas. Muitos acabaram se mudando de lá, em busca de melhores oportunidades em cidades mais turísticas ou industrializadas. Mal sabia o empresário André Manz que sua vinda para Cheleiros acabaria transformando esse cenário e, de certa forma, ajudando a reascender a tradição do vinho na região.
Em um primeiro momento, sua ideia era apenas construir um novo escritório para suas empresas nos arredores de Lisboa. A partir desse plano, ele encontrou uma propriedade de 5 mil metros quadrados chamada Pomar do Espírito Santo, que estava completamente abandonada, com antigos vinhedos e grandes muros de pedra corroídos pelo tempo. Antes que tudo fosse substituído pelas novas instalações de suas empresas, André decidiu revitalizar e estudar o passado daquela terra. Chegou até a descobrir uma cepa branca chamada Jampal, tida como extinta em Portugal, que, por acaso, estava ali plantada em seu quintal praticamente. Inclusive, para conseguir identificar a casta e conhecer sua história, foi preciso enviar amostras dessa uva para uma universidade de enologia.
Reverenciando as tradições mais antigas daquele local, ele decidiu buscar ajuda e vinificar as uvas de suas vinhas para consumo próprio, sem grandes pretensões. Através da vinificação como hobby, André enxergou potencial naquele terroir e assim o projeto do novo escritório deu lugar à criação de uma vinícola. Essa feliz mistura de respeito ao legado e visão de futuro trouxe uma energia nova à freguesia de Cheleiros, a qual acabou sendo colocada novamente no mapa do vinho português. Curioso, não!? Um brasileiro caiçara, de família húngara, ex-jogador de futebol, atualmente empresário (e surfista nas horas vagas) tornou-se um grande personagem de uma das regiões mais antigas do mundo do vinho. Onde os romanos um dia cultivaram suas vinhas, hoje André Manz constrói uma nova história.
by Sommelier Rodrigo Ferraz | Direitos Reservados
O assunto de hoje é Campos de Cima da Serra e os pioneiros que estão dando forma a sua cultura regional do vinho. Essa é uma das zonas vitivinícolas brasileiras mais elevadas, com altitudes que variam de 900 a 1.100 metros sobre o nível do mar. Apesar de estar localizado no Rio Grande do Sul, esse terroir se assemelha bastante ao de São Joaquim e Urubici, em Santa Catarina, com explícita vocação para vinhos brancos e tintos leves. De acordo com Mauro Celso Zanus, pesquisador de enologia da Embrapa, em função das temperaturas diurnas e noturnas serem mais baixas, as videiras dessa região têm um ciclo vegetativo mais longo, brotam mais tarde e são colhidas cerca de 30 e 45 dias posteriormente às demais regiões do Rio Grande do Sul. “Os metabolismos primários (açúcares e ácidos orgânicos) e secundários (pigmentos e precursores aromáticos) dos frutos são mais lentos e diferenciados”, segundo o pesquisador. Esse conjunto de fatores resulta em vinhos cuja elegância é o fator mais marcante, com alta complexidade de delicados aromas e sabores. Fazendo um paralelo com regiões consagradas do mundo dos vinhos, podemos dizer que Campos de Cima da Serra é uma espécie de “Borgonha brasileira”.
Encantada por esse terroir distinto, a família Lemos de Almeida decidiu iniciar a construção de sua vinícola na região em 2005. As primeiras mudas de videiras foram plantadas no ano de 2009 e a primeira colheita ocorreu apenas em 2012. Essa bela propriedade de 12 hectares chama-se Fazenda Santa Rita, onde são cultivadas as castas francesas Pinot Noir, Chardonnay, Merlot e Sauvignon Blanc, além das variedades Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alvarinho e Verdelho, sendo esta última inédita no Brasil. O principal motivo da aposta em cepas tradicionais portuguesas foi um resgate às raízes lusitanas da família. Localizada na cidade de Muitos Capões, esta é a única produtora com características açorianas no Brasil, que ao receber seus visitantes celebra a arte, a arquitetura, a história e a cultura de suas origens nos Açores.
O fundador e proprietário é o senhor Agamenon Lemos de Almeida, que conduz a operação da vinícola com a ajuda de sua filha Bibiana. Juntos, eles formataram cada detalhe do projeto para que se tornasse uma ode ao passado. Desde a arquitetura até os objetos de decoração, tudo foi pensado para abrir uma nova página do legado açoriano no Brasil. O prédio da unidade de produção contornado pelos vinhedos é uma réplica da Casa da Alfândega de Florianópolis. São 1.175m² de construção decorados com quadros dos artistas plásticos Jesus Fernandes e Carlos Rigotti, além de dezenas de painéis de azulejos e os clássicos trabalhos em renda de bilro. Na cave existe também um imenso mural com os nomes das tradicionais famílias que formaram a identidade do povo gaúcho. Esse é mais um exemplo de bom gosto e investimento no fortalecimento da cultura do vinho nacional. Deguste um vinho Lemos de Almeida e boa viagem no tempo pra você.
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